quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Como organizamos bibliotecas pelo mundo?

Pergunta: Gostaria de saber como funciona o trabalho de de vocês para organizar biblioteca  em todo mundo.
Qual o custo e quanto tempo de trabalho..

Como trabalhamos:

Em São Paulo Capital : Transporte  e alimentação por nossa conta(ou quando o cliente não se incomoda nos oferece o almoço)
No resto do mundo: Transporte , alimentação e estadia por conta do cliente. Normalmente em outras localidades o cliente nos acomoda em sua própria casa, não exigimos luxo algum, apenas um lugar para dormir.


Rapidez na execução do trabalho:

Depende sempre do projeto que o cliente quer. Um exemplo simples: se for a catalogação mais rápida, só para encontrar o livro, sem separação por assunto com titulo e autor em listagem excell(rápido, simples, mas tem algumas limitações na busca...apesar disto funciona bem para encontrar os livros) . caminhamos de 200 a 400 livros por dia. depende se o cliente tem mais pressa ou se não tem tanta pressa. Se tiver mais pressa, vão duas pessoas(eu e minha esposa), se não houver tanta pressa, eu vou sozinho.Se houver mais pressa ainda, tenho auxiliares que posso colocar no projeto. uma média de 200 livros por pessoa. 
Já em uma catalogação completa, que é o outro extremo, com titulo, autor, assunto, numero de paginas, editora, local da edição, idioma, palavras chave, numero de autor e numero de assunto, tudo isto digitado em banco de dados monousuário e gratuito baixado da internet, são uma média de 50 a 70 livros por dia por pessoa.Também sempre dependendo da pressa do cliente e do numero de auxiliares envolvidos.

Preço do trabalho:

O preço sempre depende da negociação com o cliente, da moeda e de alguns fatores que podem estar envolvidos no projeto como distância(aqui em SP) ou o país em que a biblioteca está(EUA ou Zimbábue?) ou até características do projeto como Tipo de etiquetas(bolinha com numero ou impressa em rotuladora com duas linhas?). Em São Paulo cobramos de 2 a 12 reais por exemplar, sempre dependendo do escopo do projeto combinado.

Finalização do Trabalho

Ao final os livros estarão na ordem desejada, acomodados nas estantes, com uma etiqueta de identificação ou outro tipo de indicação para localização dos mesmos e, poderão ser inseridos novos livros pelo proprietário da biblioteca ou este nos chamará novamente para catalogação de novos exemplares.

 Diferença entre fazer o trabalho conosco e contratar um leigo no assunto

Temos uma experiência acumulada pelo trabalho com várias bibliotecas particulares e com muitos cliente satisfeitos que ainda nos chamam para catalogar novos exemplares. 
Temos muito amor pelo que fazemos, adoramos livros e cuidaremos bem dos seus, com se fossem nossos.Se virmos algum precisando de restauro será acusado na planilha ou no banco de dados e você poderá orçar com restauradores se achar que compensa. Planejaremos onde ficará cada assunto e livros grandes que não cabem na estante serão relacionados com o local onde você decidir colocar. Nossos clientes se tornam nossos amigos. 

Ocorrências "interessantes"


Meu Long board 

Meu cliente tinha em casa dois skates. Eu aprendi a andar de skate com 40 anos. Acho uma forma legal de gastar energia. Penso que, se você quer gastar energia como um adolescente, tem que agitar como eles. Perguntei de quem eram os skates encostados e meu cliente, ao invés de dar a resposta esperada(..é do meu filho) disse..Ah rapaz, o maior é meu, este long board, mas eu nunca mais subo nele. Subi uma única vez, fui descer uma rampinha. Levei um tombo e quebrei meu braço na brincadeira. Hoje estou trocando ou vendendo ele barato. Hummm, as rodas eram americanas , o truck era parrudo, bem legal o skate. Vamos negociar então, eu disse sorrindo. Ah, você anda de skate? Ele se admirou pois tenho 52 hoje, tinha uns 47 na época. Sim, e tava louco pra ter um desses. Ele me fez o "skeitão" por uma pechincha , 300 reais na época e para descontar no fim do trabalho que eu estava executando para ele. Eu fiquei muito feliz e ando com meu long board até hoje lembrando do meu amado amigo e cliente Marcelo.


Nhaca de cachorro

Certa vez, ao chegar á residência de um cliente, um médico ortopedista com esposa, filha pequena e dois cachorros que morava em um apartamento, notei um cheiro estranho. Era um cheiro conhecido, pois eu também tinha cachorros e eles faziam as vezes uma bandalheira em casa. Eu estava sozinho naquela manhã na casa porque a empregada não viria e meu dia seria cheio. Quando fui ver de onde o cheiro vinha, pisei em algo melequento, escorregadio e pastoso mais para molho do que para purê. Já devem imaginar o que era não? Sim, era dejeto de cachorro e fui seguindo a trilha, estava pelo apartamento inteiro e o cheiro ia piorando quando se chegava na sala onde estavam os cachorros como quem dizem...Não fui eu, aninhados no sofá. Bom, eu não podia trabalhar naquele ambiente, só que a empregada não viria e os clientes só viriam a noite. Ok, onde está o rodo, veja, desinfetante, pano de chão. Incorporei a Maria faxineira e fui pra briga com a sujeira. Levei uma hora ou mais para limpar tudo. Havia sujeira mole pela casa inteira onde os cachorros havia pisado e repisado e espalhado andando pra la e pra cá. Passei até um pano para tirar o excesso do sofá que estava também uma caca pura e amenizou a situação. Dei uma passada de pano úmido nos pês dos cachorros que felizmente me deixaram fazê-lo e os prendi no cercadinho que ali havia para eles. Em fim, os donos da casa só ficaram sabendo do ocorrido a noite quando chegaram já com a casa limpa e nem imaginam o cheiro que estava quando cheguei. Quiseram me recompensar algo a mais pela limpeza, mas eu disse que não precisava, afinal era meu ambiente de trabalho e estas coisas aconteciam. Fui recompensado depois.Lendo um livro e andando de skate ao mesmo tempo no parque Vila Lobos, levei um tombo e a mão foi na frente. Achei que tinha quebrado um dedo da mão em que estava segurando um livro. Eu fizera o mesmo um dia antes com meu long board, um skate grande, quando fui fazer a mesma peripécia com o pequeno a roda travou num buraco e zaz, la fui eu para o chão. Contei isto a meu cliente e ele foi super atencioso como médico. Examinou meu dedo, apalpou e disse que estava tudo certo pelo que ele via, mas que eu passasse em seu consultório para tirar um raio X e verificar com mais certeza. o dedo sarou dias depois e nem fui no consultório, mas a recompensa foi ele ter me atendido com tanta atenção como se fosse um amigo antigo ou até, porque não dizer, um irmão de caminhada.